Desemprego em março é o maior em mais de duas décadas no Brasil

Agência Brasil

A Região Norte fechou cerca de 10 mil postos de trabalho

O desemprego no país atingiu, no mês de março, o número mais alto para o mês desde 1992, quando começou a série histórica do Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. O índice foi divulgado nessa sexta-feira(22), pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, mostra que 118 mil 776 postos de trabalho foram fechados no mês passado. Desde janeiro, 319 mil pessoas perderam o emprego. No acumulado dos últimos 12 meses, foram extintas mais de 1 milhão e 800 mil vagas de trabalho. O diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho, Márcio Borges disse que o principal fator que causou aumento no desemprego é a crise político-econômica. Para ele, é muito difícil que um empregador abra vagas de trabalho em um cenário com tantas incertezas. Oo levantamento do Caged, o setor mais atingido foi o da construção civil, no qual 0,92% das vagas foram fechadas durante o mês passado, com 24 mil demissões em todo o país. O único setor em que não houve retração foi o da administração pública, que cresceu 0,48%, abrindo 4 mil e 300 postos de trabalho. Somente quatro estados empregaram mais do que demitiram em março: Rio Grande do Sul, com destaque para os setores de calçados e fumo; Goiás, com a agropecuária; Roraima, com o comércio; e Mato Grosso do Sul, com o setor de serviços. O Márcio Borges, do Ministério do Trabalho, me disse que os destaques em Roraima foram os setores de ensino, imobiliário e de utilidade pública. No geral, a região Norte fechou cerca de 10 mil postos de trabalho. No país, os que mais desempregaram foram São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Alagoas. São Paulo e Rio são estados muito populosos e impactos desse tipo sempre são grandes lá. Mas eu perguntei ao Márcio Borges, do Ministério do Trabalho, sobre Pernambuco e Alagoas. Ele explicou que nesses estados boa parte do desemprego ocorreu na indústria da cana de açúcar.